A IRC é acompanhada de várias alterações que interferem no metabolismo de todos os nutrientes. A TN deve ser adaptada conforme o estágio da doença e objetiva reduzir a toxicidade urêmica (melhora dos sintomas), retardar a progressão da IRC e prevenir a desnutrição.
Pacientes que ainda não necessitam de intervenção dialítica ou transplante raramente precisam de NP, exceto em casos de desnutrição onde a provisão de nutrientes via NE e oral é impossibilitada ou está aquém do necessário.
Pacientes com IRC estágio 5 (TGF < 15 mL/min/1,73m2) ou falência renal apresentam resposta inflamatória relevante, associada ou não à desnutrição, representada por perda de peso, hipoalbuminemia (<3,8 g/dL) e apetite diminuído. A TNE é indicada para esses pacientes considerando o alto risco de mortalidade, principalmente se diagnosticada a caquexia. Caso a NE seja impossibilitada ou insuficiente, NP é recomendada.
Particularidades quando da oferta calórica, proteica, eletrólitos, vitaminas e microminerais via parenteral serão abordadas posteriormente.
Legenda: IRC: insuficiência renal crônica; TN: terapia nutricional; TNE: terapia nutricional enteral; NP: nutrição parenteral; NE: nutrição enteral; TGF: taxa de filtração glomerular.
Referências
Brown RO, Compher C. The American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (A.S.P.E.N.). A.S.P.E.N. Clinical Guidelines: Nutrition Support in Adult Acute and Chronic Renal Failure. JPEN J Parent Enter Nutr. 2010;34(4):366-377.
Cano NJM, Aparicio M, Brunori G, et al. ESPEN Guidelines on Parenteral Nutrition: Adult Renal Failure. Clinical Nutrition. 2009;28:401-414.
Martins C. Insuficiência Renal Crônica. In: Lameu E. Clínica Nutricional. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2005. Pg 869-888. ISBN 85-7309-958-5.