Imunonutrição – perguntas mais frequentes

Adaptado de Barton
Adaptação: Dr. Celso Cukier

Para que serve a imunonutrição?

Segundo Davies e Hagen (Systemic inflamatory response syndrome. BJS 84:920, 1997) a imunonutrição visa corrigir e prevenir deficiências nutricionais, atenuar a perda de proteína corpórea, intensificar a função imunológica e favorecer modificações orgâanicas em resposta a doenças, melhorando a recuperação clínica.

Como atua a imunonutrição?

A imunonutrição pode favorecer a manipulação de respostas orgânicas por meio da utilização de nutrientes específicos. A imunocompetência, que envolve fagocitose, função da barreira intestinal e proliferação linfocitária, pode sofrer influência de aminoácidos como glutamina e arginina e nucleotídeos (RNA e DNA). A resposta inflamatória que tem influência direta da produção de eicosanóides e citocinas pode, em parte, ser modificada pela presença do tipo de ácido graxo predominante em sua composição (ácidos graxos omega-3 ou omega-6) nos fosfolípides da membrana celular.

A imunonutrição pode ser aplicada no paciente crítico?

Em estudo realizado por Daly e col. (Surgery 112:56-67, 1992) a oferta de nutrientes imunomoduladores (RNA, glutamina, arginina, ácidos graxos omega-3) por jejunostomia a pacientes em pós-operatório de cancer do aparelho digestivo promoveu melhora do balanço nitrogenado, da cicatrização e diminuiu a quantidade de complicações infecciosas e tempo de internação hospitalar. Kudsk e col. (Annals of Surgery 224:513, 1996), por sua vez, não observou diferenças na quantidade de complicações infecciosas, mas relatou menor tempo de hospitalização. Segundo JW Alexander (Annals of Surgery 224:541, 1996), em análise de seis estudos prospectivos, randomizados e controlados, em pacientes de unidade de terapia intensiva, a imunonutriçào reduz complicações da cicatriz operatória e infecciosas de 50 a 70% e diminui o tempo de internação hospitalar em 20%.

Referências bibliográficas:

Barton, RG – Son beneficas en los pacientes criticamente enfermos las formulas enterales capaces de incrementar la respuesta inmune? Lecturas sobre nutrición 4(4):7-27, 1997.
Borges e col. – Imunonutrição: uma perspeectiva. In: Waitzberg DL – Nutrição enteral e parenteral na prática clínica. Ed Atheneu. 1995. pp. 480-95.
Cukier e col. – Fatores de crescimento e nutrição. In: Waitzberg DL – Nutrição enteral e parenteral na prática clínica. Ed Atheneu. 1995. pp. 544-54.
Kudsk, KA; Minard, G; Croce, MA – A randomized tril of isonitrogenous enteral diets after severe trauma: An immune-enhancing diet reduces septic complications. Ann Surg 224:531-43, 1996.
Revista Brasileira de Nutriçào Clínica vol. 13 (1), 1998
Lecturas sobre nutricion. vol.3 (6), 1996