Resumo de apresentação no
II CONGRESSO PAULISTA DE NUTRIÇÃO HUMANA
O azeite Extra Virgem é um sumo de fruta natural que conserva o sabor, aroma, vitaminas, antioxidantes e todas as propriedades do fruto que lhe dá origem, sendo também a única gordura vegetal que pode ser consumida directamente, virgem e crua.
Estudos recentes, sobre a prevenção de doenças cardiovasculares, demonstram que da alimentação mediterrânica fazem parte alimentos com componentes que apresentam propriedades muito interessantes, nomeadamente os antioxidantes e que são atribuídas à importante presença do azeite. De facto, a evidência cientifica reafirma que um nível óptimo de saúde pode ser conseguido optando por uma dieta com quantidades moderadas de gorduras e dentro destas o azeite parece ser de crucial importância.
O azeite é parte integrante dos diferentes padrões de alimentação mediterrânea e as últimas descobertas cientificas indicam que os principais benefícios para a saúde podem ser: redução de risco de doença coronária, prevenção de uma variedade de cancros e melhoria da resposta imunitária e inflamatória. O azeite extra virgem parece ser um dos melhores exemplos de alimento funcional “natural”, com componentes variados que podem contribuir para as suas propriedades promotoras de saúde. O azeite, em se destaca o azeite extra virgem, é bem conhecido pelo seu elevado teor de ácidos gordos monoinsaturados e uma espectacular fonte de fitoquímicos incluindo alguns polifenóis, escaleno e alfa-tocoferol.
Esta gordura exibe numerosas funções biológicas que poderão ser benéficas para a saúde das pessoas. Estudos recentes demonstram, que uma dieta rica em ácidos gordos monoinsaturados confere uma adequada fluidez às membranas biológicas, diminui o risco de peroxidação lipídica, que afecta mais os ácidos gordos polinsaturados. Além disto, os antioxidantes presentes no azeite são capazes de captar radicais livres e fornecem uma protecção interessante contra a peroxidação. Face às doenças do foro cardiovascular, o azeite extra virgem também tem um papel de destaque. O azeite tem uma acção directa melhorando o perfil lipídico; ajuda a reduzir os níveis plasmáticos de LDL-colesterol e a aumentar as HDL-colesterol, diminuindo consequentemente o risco de sofrer doença coronária. Neste contexto, tem sido sugerida a substituição de ácidos gordos monoinsaturados em lugar de polinsaturados, o que tornaria as lipoproteínas plasmáticas menos sensíveis à oxidação e diminuindo a evolução da Aterosclerose. Os antioxidantes do azeite, comprovadamente, aumentam a resistência das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) à oxidação, o que está registado em vários trabalhos publicados sendo grande parte da evidência relativa a estudos in vitro.
Também existe evidência de que o azeite pode contribuir para um melhor controlo da hipertrigliceridemia que acompanha por vezes a diabetes e pode reduzir o risco de cancro da mama e do cólon. Por outro lado, alguns estudos têm sugerido que o azeite pode ter um papel interessante ao nível das doenças inflamatórias e autoimunes, como por exemplo, a artrite reumatóide. Neste sentido, alguns autores têm encontrado que o azeite modifica a produção de citoquinas inflamatórias. Relativamente ao tubo digestivo, o azeite promove a secreção biliar e o esvaziamento adequado da vesícula, reduzindo o risco de litíase biliar, diminui também a secreção do pâncreas exócrino e da função secretória gástrica como resposta à presença de alimentos. Também existe certa evidência de que o azeite contribui para a melhoria da ulcera gástrica permitindo uma maior resistência contra o aparecimento da ulcera gástrica induzida por drogas não esteróides anti-inflamatorias.
Dos últimos estudos, tem ressaltado que é a presença de um perfil de polifenóis único, combinado com o escaleno e o ácido oleico, que lhe conferem as suas propriedades únicas na prevenção dos vários factores de risco que desencadeiam as doenças.