Atualmente, no mundo da pandemia e das fake news, recebemos muitas e incontáveis mensagens digitais sobre alimentação e saúde.
Nesse contexto, dois alimentos precisam ser colocados dentro da verdade científica.
A canela e o coentro estão sendo inseridos, em um ritmo alucinante, no rol dos "milagrosos", alimentos que servem para retardar o envelhecimento, reduzir glicemia e nível de colesterol e baixar a pressão arterial.
Nesse sentido, vamos a verdade dos fatos.

A canela é uma das especiarias mais antigas do mundo, há muito conhecida por nossos antepassados em razão de suas propriedades medicinais e efeitos benéficos para a saúde.
O termo “canela” deriva do grego e quer dizer madeira doce, o que denuncia de antemão seu sabor e aroma característicos, muito apreciados pela culinária de inúmeros países, especialmente na região da Europa e Oriente Médio.
Além de ser considerada uma fonte importante de compostos fenólicos com potente atividade antioxidante, a canela também tem sido evidenciada como uma possível aliada no tratamento da Diabetes.
Inúmeros estudos, tanto in vivo como in vitro, tem apontado que a canela poderia favorecer o controle glicêmico através da ação de algumas substâncias presentes em sua composição.
Uma delas é o chamado cinamaldeído, um componente que seria o responsável por aumentar a ação da insulina no organismo, e consequentemente, exercer efeito hipoglicemiante.
Embora o cinamaldeído seja o principal estudado nesse contexto, outros compostos também têm demonstrado efeito positivo no controle de parâmetros glicêmicos e por isso, não se sabe ao certo qual ou quais destes elementos estariam de fato envolvidos nos desfechos observados. 
Ainda nesse sentido, apesar da literatura emergente sobre os benefícios da canela na Diabetes, os resultados são conflitantes e não existem estudos suficientes que sejam capazes de elucidar os mecanismos e impactos reais da sua utilização na prática clínica.
De todo o modo, o uso da canela pode ser compreendido dentro de um estilo de vida saudável de maneira geral, somado a um hábito alimentar adequado e prática de atividade física regular, condutas que realmente estão associadas de maneira concreta à prevenção e tratamento complementar da Diabetes.

O coentro (Coriandrum sativum L.) é certamente um dos temperos mais utilizados pelos brasileiros, principalmente na região do Nordeste, local em que é considerado um ingrediente quase que indispensável na cozinha do dia-a-dia.
No entanto, não é uma planta típica do Brasil, existem relatos de sua utilização na culinária romana e africana da região do mediterraneo.
Dentre suas propriedades terapêuticas exploradas na antiguidade, destacam-se o efeito antifúngico, antimicrobiano e analgésico. Alguns experimentos atuais têm evidenciado seu papel como um possível agente hipolipemiante, atuando também como antioxidante no combate aos radicais livres.
Apesar disso, os estudos sobre o tema são insuficientes para elucidar o real mecanismo e efeito desse vegetal no organismo, o que impossibilita sua aplicação na prática clínica. Além do mais, geralmente os benefícios só são apontados quando utilizados na forma de extrato ou concentrados. 
Na gastronomia, o coentro confere frescor e toque especial às preparações, sendo usado para temperar uma ampla variedade de receitas, desde peixes à carne vermelha, até sopas e saladas.
Mas, quando falamos de coentro, o assunto divide opiniões. Embora seu sabor seja de agrado de grande parte dos brasileiros, uma parcela significativa de pessoas tende a detestar o gosto do coentro.
A preferência ou aversão pelo coentro tem uma explicação científica. Conforme uma análise conduzida pelo pesquisador Nicholas Eriksson, existe um componente genético que pode determinar a percepção do gosto de sabão no coentro. Aparentemente, a antipatia pela especiaria pode ser resultado de variantes genéticas nos receptores olfatórios, fazendo com que haja hipersensibilidade a uma substância chamada aldeído – que pode lembrar o gosto de sabão.
Essa variável genética não é fixa, podendo atingir até 17% em algumas populações.
Entre os povos que são mais propensos a relatarem aversão pelo coentro, estão os orientais, europeus e afrodescendentes.
Por outro lado, nativos da América Latina, Índia e Oriente Médio costumam fazer parte do grupo de amantes do tempero.
Dessa forma, se gostar, utilize.

Finalizando, de verdade científica temos um fato irrefutável, consuma no mínimo 3 porções de alimentos do reino vegetal por dia