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Orientação nutricional oral em Hipertensão Arterial Sistêmica

Autores
*Dr. Daniel Magnoni
**Nutricionista Aliny Stefanuto
**Nutricionista Cristiane Kovacs

 

Orientação Nutricional na Hipertensão:

A nutrição desempenha um papel de fundamental importância tanto no controle quanto na prevenção da hipertensão arterial. Desta forma a orientação nutricional participa do tratamento não-farmacológico da doença, auxiliando na mudança do estilo de vida através da aquisição de hábitos alimentares mais saudáveis, redução de peso corpóreo e queda da pressão arterial (diminuição da atividade do sistema nervoso simpático com queda da insulinemia associada a redução da sensibilidade ao sódio).

•  Sódio:

O excesso de ingestão de sódio no início eleva a pressão arterial por aumento da volemia e do débito cardíaco. Posteriormente, por auto-regulação, ocorre aumento da resistência vascular periférica, mantendo elevados os níveis de pressão arterial. Além disso, ativa mecanismo pressores como o aumento da vasoconstrição renal e da reatividade vascular aos agente vasoconstritores e elevação dos inibidores de Na/K ATPase. Portanto, a redução de sódio na dieta produz uma diminuição na pressão sistólica de hipertensos previnindo desta forma, o risco de evento cardiovascular.

Levando em consideração que o consumo de sal diário é de 10 a 12g, sendo 75% proveniente de alimentos processados, 15% de sal de adição e 10% de sódio intrínseco dos alimentos; uma dieta hipossódica deve conter 100 mEq de sódio/dia, além da restrição de alimentos processados (enlatados, embutidos, conservas, molhos prontos, caldos de carne e galinha, defumados, temperos prontos, bebidas isotônicas, salgadinhos tipo snacks) e controle do sal de adição. A partir desses dados podemos dizer que a ingestão de sal diária em uma dieta hipossódica deve compor 4g (70 mEq de sódio) e o restante (30 mEq) deve provir do sódio intrínseco dos alimentos. Sendo que cada alimento isolado da dieta deve ter menos que 480mg de sódio, o prato principal menos que 720mg e a refeição total menos que 960mg de sódio.

•  Potássio:

O potássio diminui a pressão arterial por aumentar a natriurese, reduzir a secreção de renina e norepinefrina e aumentar a secreção de prostaglandinas, exercendo ação protetora ao coração.

A recomendação de 2g/dia devendo ser suprida por uma alimentação rica em vegetais, leguminosas e frutas. As fontes de potássio são beterraba, batata, rabanete, mandioca, cenoura, cará, salsa, almeirão, couve-de-bruxelas, couve, chicória, espinafre, feijão, grão de bico, ervilha fresca e seca, aveia, germe de trigo, amora, abacate, banana, cereja crua, melão, maracujá.

•  Cálcio e Magnésio:

A suplementação de ambos minerais não traz redução na pressão arterial, só há efeito satisfatório quando há deficiência de alguns deles. Desta forma uma ingestão de 1200mg de cálcio (leite e derivados, brócolis, couve, ovos, sardinha, salmão) e aproximadamente 300mg de magnésio (vegetais folhosos verde-escuro, legumes, cereais integrais, nozes, amendoim, figo, maçã) suprem as necessidades diárias de um indivíduo.

•  Álcool:

O consumo excessivo de álcool aumenta a pressão arterial e em geral deve ser desaconselhado para hipertensos. O consumo diário não pode ultrapassar 30ml de etanol/dia para homens e 15ml de etanol/dia para mulheres.

•  Cafeína:

A cafeína pode aumentar a pressão devido a sua ação hipertensora e estimulante, portanto é preciso moderar o consumo a 3 xícaras pequenas por dia.

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